Imóvel como uma árvore: Meditação da planta dos pés

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Onde quer que esteja, seja qual for o contexto: em pé numa fila, ou sentado na cafetaria, quando se desloca no seu local de trabalho ou na rua, ou a meio das tarefas em casa, qualquer momento é um bom momento para se ligar ao seu corpo, principalmente, se sentir que está a ficar assoberbado por pensamentos ou emoções. Siga a sugestão destes 5 passos:

  1. Comece apenas por fazer pequenos ajustes na sua postura. Deixando o seu olhar desfocado no chão à sua frente, ou fechando os seus olhos. Se estiver sentado, dobre as suas pernas a 90graus, descruzadas, se estiver de pé, deixe os joelhos ligeiramente flectidos, e os braços caídos ao longo do corpo. Num caso ou noutro, deixando as costas direitas, e o pescoço e a cabeça alinhados, mas sem rigidez, afastando os ombros das orelhas, e apoiando a totalidade da planta dos seus pés no chão, como se os seus pés fossem raízes de árvores, e bem enraizados no chão, lhe dessem toda a estabilidade que o seu corpo precisa. Talvez possa testar os limites desta estabilidade, mudando o peso do seu corpo para os dedos dos seus pés, balanceando ligeiramente para a frente, e mudando depois o peso do corpo apenas para os calcanhares, balanceando para trás, duas ou três vezes até chegar a uma postura intermédia que garanta a estabilidade do seu corpo.

  2. Identifique o que está a sentir e/ou a pensar, e deixe apenas que essas emoções e esses pensamentos estejam presentes. Com consciência, arranje espaço para cada uma dessas emoções, e pensamentos, por mais intensos que sejam. Não os tente mudar. Talvez note que eles se manifestam no seu corpo, num aumento do seu batimento cardíaco, ou em tensão em alguns músculos. Observe apenas o que está, e deixe estar o que já lá está.

  3. Fazendo 2 ou 3 inspirações e expirações mais conscientes, traga de seguida a sua atenção para os seus pés. Sinta a planta dos pés, na sua totalidade, desde os dedos ao calcanhar, note o contato da sua pele com as texturas das meias, ou dos sapatos que tem calçados. Note a temperatura ou outras sensações como dormência, ou humidade. Observe a curvatura do peito do pé, o espaço entre os dedos dos pés, se existe contato entre eles, ou se estão separados.

  4. Imagine ou recorde-se de uma árvore que conheça. Traga para si a imagem dessa árvore, sentindo os seus pés como se fossem as raízes da árvore, as suas pernas como se fossem o tronco, o seu tronco a copa da árvore, os seus braços os ramos, e a sua cabeça o topo da árvore. Sinta em si a estabilidade, a robustez, e a força dessa árvore, que absorve a luz dos dias de sol, e a água dos dias de chuva, e resiste aos dias de vento e tempestade, deixando cair as suas folhas, para dar lugar a novas folhas e flores na estação seguinte. Mantenha a sua atenção na planta dos pés pelo tempo que achar necessário e adequado, sentindo essa firmeza e essa quietude em si.

  5. Termine esta prática, trazendo a sua atenção para a sua respiração, e tomando consciência da postura do seu corpo como um todo, e finalmente do espaço que está à sua volta.

Diana Duarte

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